Uma vez eu li na internet que uma das vantagens de se ter um blog é a possibilidade de contribuir para formação de opiniões. Bem! Quando eu pensei em escrever este post eu não sei bem se a minha idéia era formar uma opinião "tão descontrolada" nas pessoas, mas pensando que quem me lê tem o livre-arbítrio de usar ou não a minha opinião para formar a sua eu resolvi escrever mesmo assim. Vou escrever sobre algo que eu nomeei de "surto terapêutico".
Como eu disse é algo de "total descontrole", mas as vezes chego a conclusão que mães precisam disso. Que atire a primeira pedra a mãe que nunca teve um "surto terapêutico"! Mais do que isso... além de atirar a pedra quero te desafiar a contar para nós o seu segredo de nunca ter "surtado".
Sabe? Pra começar o assunto, queria saber porque mães precisam falar mais de mil vezes a mesma coisa. Porque falar uma única vez não é o suficiente? Eu falo uma, duas, três, mil vezes... Então começo a gritar feito uma "louca ensandecida" e como num passe de mágica sou ouvida. A isso chamo de "surto terapêutico". Terapêutico pra mim que consegui me fazer ouvir e terapêutico para os filhos que "conseguiram obedecer".
Tudo espalhado pela casa um dia, dois dias, três dias, mil dias... um dia guardo tudo, no outro peço para guardarem, no outro explico porque temos que ajudar em casa e no outro faço algumas ameaças sobre não guardarem as roupas, brinquedos e calçados... Então o "surto terapêutico" se faz novamente necessário. Sair pela casa com um saco de lixo nas mãos recolhendo tudo o que acha na frente com cara de homem do saco surtado e repetindo frases visivelmente neuróticas, tais como: "só eu faço tudo por aqui", "não aguento mais essa vida", "ninguém me ajuda", "eu trabalho o dia inteiro e é isso que eu ganho", etc, etc, etc... Super terapêutico!!! Filhos com cara de medo, pedem desculpas, guardam tudo, prometem que nunca mais vão fazer isso e garante mais ou menos uma semaninha de casa um pouco mais organizada. Ótimo! Todos estamos no lucro.
(Conheço mães que em ocasiões como esta realmente colocaram tudo no lixo. Será que um dia eu chego a esse nível de "surto"?)
E aquele choro/birra sem motivo aparente? Você conversa, tenta acalmar, coloca no colo, ignora... Nada resolve. Sabe o que você faz? Age como uma "abobalhada, imatura e infantil", começa a chorar e a imitar a birra do filho na mesma intensidade e desnecessaridade que ele. É batata!!! Pára de chorar na hora, sente-se envergonhado e de quebra ainda te consola por ficar com tanto dó do seu descontrole.
Nossa! Acho que poderia citar ainda várias ocasiões de "surtos terapêuticos".
Se depois do "surto" eu pondero que não precisava de tanto e me sinto um pouco culpada??? Com certeza SIM!
Se o descarregamento da raiva e do estresse me causam certo alívio e me dá forças para recomeçar? Com certeza SIM também!
UFA! Então estamos empatados.
Se você quiser nos contar um de seus "surtos terapêuticos" sinta-se a vontade. Novas idéias para "surtarmos" serão sempre bem vindas.
Obs.: Este post é uma ironia aos corriqueiros acontecimento diários. Em nenhum momento tenho por objetivo fazer apologia a comportamentos de descontrole que possam colocar em risco a integridade física e mental de nossos filhos. Além disso usei a palavra "surto" de forma simbólica, mas gostaria de lembrar que o surto (acesso como fúria ou crise epiléptica, em que ocorrem momentos de inlucidez) é um sintoma grave que quando ocorre com frequência pode ser indicativo de uma doença psiquiátrica precisando ser avaliada e tratada por profissionais competentes. É importante lembrar ainda que situações constantes de explosões e excesso de intorlerância podem indicar doenças como estresse e depressão, também sendo necessário a busca por tratamento com profissionais especializados.