Mãe ama todos os filhos igual? Dizem algumas mães que sim... outras dizem que não...
Não posso aqui dizer quem está certa ou errada, mas posso falar de mim, e eu não amo meus filhos igual. Talvez eu ame na mesma intensidade/quantidade, mas amo de formas muito diferentes. Assim como amo na mesma intensidade/quantidade, mas de maneiras diferentes, o meu pai, a minha mãe, a minha irmã, o meu marido, o meu sobrinho, algumas poucas amigas... enfim...
Pra mim amar igual seria não levar em consideração as diferenças e necessidades de cada um. Acho que cada pessoa precisa de um tipo de amor, e acho também que somos capazes de amar cada pessoa com um tipo de amor diferente, porque ninguém desperta em nós os mesmos sentimentos, as mesmas sensações.
O amor que eu tenho pelo Diego é muito intenso, mas também muito instável. O Diego é muito intenso em tudo o que faz e acho que por isso exige um amor tão intenso também. Só que a impetuosidade acaba gerando a instabilidade porque ninguém consegue viver intenso 24 horas... a gente se esgota, cansa e aí precisa se afastar um pouco para recobrar as energias. Minha relação com o Diego é meio que de amor e ódio. Somos explosivos, mas também somos flexíveis. Brigamos de forma intensa, acreditamos piamente que não gostamos um do outro, mas em poucos minutos estamos nos procurando e nos reconciliando acreditando piamente que jamais amaremos alguém como amamos um ao outro. O amor que eu sinto pelo Diego é de pele, de toque, de cheiro, a gente precisa se tocar, estar junto para saber do amor que sentimos.
Já o amor que eu sinto pela Natalia não é nada intenso. É sereno, porém estável. Ele não sobe e desce, nunca é imenso, mas também nunca é pequeno.Um amor que consegue ser igual por 24 horas sem cansar, sem esgotar, sem se afastar. Também sou explosiva com ela, mas pouco flexível. Como ela é contida, minha explosão não encontra ressonância nela e volta vazia, se por um lado isso me obriga a ama-la de forma contida, também me obriga a amá-la com inflexibilidade, porque preciso respeitar seu tempo de reparação que diferente do meu não acontece em poucos minutos. O amor que eu sinto pela Natalia não é de pele, é de alma. Não precisamos nos tocar para saber que estamos juntas.
Amores diferentes! Muito diferentes, mas com mesmo grau de importância e precisão. Cada um em suas necessidades (necessidades deles e minhas), mas amores dos quais, hoje, eu não saberia viver sem.
Que bom que existem vários amores!!!
Que bom que existem vários amores!!!
6 comentários:
Re, que mágico e encantador esse seu talento para perceber a sutileza individual de cada um de vocês. Adorei o texto, e concordo contigo no sentido de que o amor é moldado na sintonia entre as duas partes.
Lindo e verdadeiro amiga. A gente ama cada pessoa de forma diferente, com intensidades diferente e não seria diferente com os filhos.
Amei o texto que é de muita sensibilidade e de extremo auto-conhecimento!
beijos!
Sabe que escrevi sobre isso uma vez no blog da Luana?
http://fagga.blogspot.it/2009/03/para-minha-filha-luana.html
Uma mae nunca ama seus filhos iguais. E eu entendi isso. Sem culpas e sem grilos...
uau .... arrepiou e me emocionou. vcs se complementam e isso faz tão forte o amor e o elo q os une e por isso formam uma família de verdade. Como sempre belíssimo texto e não pelas belas palavras mas pela sinceridade q expõe suas emoções.
ju palombo
Que texto lindo! É verdade! O retorno é mito diferente também. beijos, Ro
O que me chamou a atenção é a sinceridade para consigo, pois a mesma é muito difícil para muitos.
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